Nasceu na província de Shandong,
numa família de agricultores, em um meio rural. Deixou a escola durante a Revolução Cultural para trabalhar numa fábrica
de petróleo.
Com 20 anos alistou-se no Exército Popular de Libertação,
as atuais forças armadas do seu país, onde desempenhou um cargo de segurança e
foi instrutor político de propaganda
e nessa época começou a escrever. Seu pseudônimo foi escolhido logo no início de
sua carreira e significa "não fale". Numa entrevista recente explicou
que o nome se refere ao período revolucionário da década de 50, quando seus pais o instruíam a não falar tudo o que pensava
quando em público.
Em 1981, publicou o seu primeiro romance
que tinha escrito enquanto soldado.
Em 1984, obteve um posto na Escola de Arte e
Literatura do Exército, o que lhe permitiu dedicar mais tempo a escrever.
Em 1987, edita o que seria um grande sucesso,
"Red Sorghum", que foi adaptado ao cinema por Zhang Yimou.
A película contou com os atores Gong Li e Jiang Wen, ganhando o Urso de Ouro do Festival Internacional de Berlim em 1988.
Em 1996,
publicou 丰乳肥臀
(traduzido em Portugal como "Grandes peitos, ancas largas" e editado
pela Ulisseia, reeditado em 2007 pela Babel), romance que foi proibido na
China, revisa quase um século da história do
seu país. Devido ao teor sexual da história, o autor foi obrigado a escrever uma
autocrítica ao seu próprio livro, tendo mais tarde sido obrigado a retirá-lo de
circulação.
Em 2009, numa conferência na Feira do Livro de Frankfurt, respondeu às
acusações de falta de independência perante o poder: "Um escritor deve
exprimir crítica e indignação perante o lado negro da sociedade e a fealdade da
natureza humana, mas não devemos recorrer a formas de expressão uniformes.
Alguns poderão querer gritar nas ruas, mas devemos tolerar aqueles que se
escondem nos seus quartos e usam a literatura para transmitir as suas
opiniões". Nesse mesmo ano, o escritor ganha diversos
prémios, entre eles Prémio Newman para literatura chinesa.
Em 2011,
ganhou o Prêmio Mao Dun, o mais importante galardão literário oficial do país,
sendo depois eleito vice-presidente da Associação dos Escritores da China.
O seu mais recente romance, "Frog",
fala de um tema especialmente sensível: a prática de abortos
forçados na China devido à política de controlo da natalidade imposta há três
décadas sob a política de "um casal, um filho".
Seu estilo é comparado com orealismo mágico de Gabriel Garcia Márquez.
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