Prémio Nobel 2008

Jean-Marie Le Clézio é filho de Raoul Le Clézio, um cirurgião mauriciano, e de sua prima-irmã, Simone Le Clézio, francesa, ambos oriundos de uma família bretã que, no século XVIII, emigrou para aIlha Maurícia e adquiriu a cidadania britânica, após a anexação da ilha pelo Império. Ali era permitido aos colonos manterem as suas propriedades e o uso da língua francesa.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a família ficou separada, pois o pai estava impossibilitado de juntar-se à mãe e aos filhos, em Nice. Após a guerra, quando Jean-Marie tinha 8 anos, a família se reuniu novamente, na Nigéria, onde o pai servia como cirurgião do exército britânico.

Le Clézio estudou na Universidade de Bristol, concluiu seu curso de graduação em literatura francesa, no Institut d’Études Litteraires de Nice, passou vários anos entre Bristol e Londres, e, afinal, foi para os Estados Unidos onde se tornou professor.

Tornou-se famoso aos 23 anos, com seu primeiro romance, Le Procès-verbal ("O interrogatório"), que foi seleccionado para o Prémio Goncourt e obteve o Prémio Renaudot, em 1963.

Desde então, publicou cerca de quarenta livros, incluindo contos, romances, ensaios, duas traduções sobre o tema da mitologia indígena americana, inúmeros comentários e prefácios, assim como algumas participações em obras coletivas.

Sua carreira de escritor pode ser dividida em dois grandes períodos. De 1963 a 1975, Le Clézio explorou temas como a loucura, a linguagem, a escrita, dedicando-se à experimentação formal na sequência de contemporâneos, tais como Georges Perec ou Michel Butor. A obra de Le Clézio foi muito elogiada por intelectuais comoMichel Foucault e Gilles Deleuze.


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