Gil Vicente

Gil Vicente é considerado, além de poeta de renome, o primeiro grande dramaturgo português e o pai do teatro nacional. Parece ter desempenhado, para além da tarefa já referida, a de músico, actor e encenador.

As profissões que exerceu não são exactas, pois havia, na altura, outros homens com o mesmo nome, sendo eles o famoso ourives que concebeu a Custódia de Belém e o mestre da balança na Casa da Moeda. A profissão de Gil Vicente, que é dada como mais viável, é a de organizador de espectáculos palacianos e acontecimentos familiares importantes, como nascimentos e casamentos na corte. Também, relativamente à sua origem, há muitas incongruências causadas pela luta actual de cada cidade para terem Gil Vicente como seu marco local, a identificação do mesmo com o ourives também tem alguma credibilidade dada a abundância de termos técnicos de ourivesaria nos seus autos.

Com a realização dos já referidos espectáculos, Gil Vicente aproveitava para retratar a sociedade portuguesa do séc. XVI, demonstrando uma enorme capacidade de observação, característica própria do autor, que viveu numa época de transição entre o Medievalismo e o Renascentismo, pois era crítico em relação ao que via e tinha pensamentos modernos para a época, embora parte da sua inspiração seja de carácter religioso.

No que diz respeito à sua vida amorosa, podemos dizer que se casou com Branca Bezerra, de quem nasceram Gaspar Vicente (que morreu em 1519) e Belchior Vicente (nascido em 1505) e que depois de se tornar viúvo, casou-se com Melícia Rodrigues, de quem teve Valéria Borges, Paula Vicente (1519-1576) e Luís Vicente (estes últimos organizaram a compilação das suas obras).

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